Olhares
27 fevereiro 2008
Apetece-me escrever

Apetece-me escrever, sem propriamente saber o quê… as palavras chamam por mim sem me dizer o que querem… apenas sair, expressar-se, falar… faço uma pausa, preciso de um som para me acompanhar, procuro na minha lista… quem sabe um piano, ou não, hoje não me apetece o lamento do piano, continuo a procurar, quem sabe… não, ainda não… huumm Enigma, isso…
Em pleno projecto novo, fora de casa, num quarto de hotel vazio, portátil sobre a cama, decido continuar a deixar fluir as palavras, com vida própria…
A cabeça ainda anda cheia de coisas, os trabalhos ainda não estão acabados, novos projectos a arrancar, o tempo a escassear… e no entanto apetece-me escrever… sinto a alma que começa a sossegar, talvez por isso lhe apeteça expressar-se… há uma calma doce que se vai instalando dentro de mim, suavemente… hoje apetecia-me carinho, mas nem me sinto só, sinto-me apenas bem comigo mesma, talvez por isso me apetecesse carinho, mas dá-lo e recebê-lo…
Tenho um sorriso nos lábios, consigo sorrir sozinha… que bom!
Há momentos assim, em que estou apenas bem comigo… devo ser mesmo uma tipa estranha… vou ficar a ouvir a música e arrumar as palavras, agora só quero absorver este som…
24 fevereiro 2008
À procura de um cais...

21 fevereiro 2008
Uma vez mais...

Precisava de música para me acalmar e nem o rádio está a cooperar, por fim, de raiva, saco da mala do portátil, abro-o no colo, coloco uma pen que tem música e procuro os sons que me apaziguam a mente… Enigma é uma boa opção… respirei fundo, abri esta página de Word e decidi despejar… respiro agora em palavras numa folha branca, a cada som suave e compassado dos Enigma, sinto o coração que se acalma, os olhos relaxam, o nó da garganta e o ritus facial esses mantêm-se firmes…
De onde me surgiu esta triste ideia de me enfiar 5 ou 6 horas num carro, lado a lado com o conflito, devia estar completamente louca, e agora não há volta a dar…
Uma vez mais é num teclado e na música que busco a paz, o isolamento, a minha segurança interior… pela primeira vez faço-o em viagem, pela primeira vez faço-o desta forma, ergui a barreira intransponível do meu silêncio e das palavras que escrevo, como se nada mais importasse no mundo!
16 fevereiro 2008
Escrever...

Nunca escrevi um diário, apenas um caderninho onde punha uma espécie de poemas, onde expressava as coisas que ia sentindo, mas mesmo esse foi abandonado há muitos anos.
Depois fechei-me no meu mundo de racionalidade e abandonei esse meu lado. Durante anos não escrevi uma única palavra… as palavras eram usadas todos os dias, mas nunca escritas para meu prazer.
Quando abri o meu primeiro blog estava hesitante com as palavras, não sabia o que fazer delas, nem com elas. Não tinha um objectivo com o blog, queria desabafar, falar para um espaço virtual, descarregar algumas coisas.
Com o tempo muita coisa foi surgindo, vida real, emoções, sonhos, fantasias, brincadeiras… esse espaço tornou-se mais que um diário… como adoro música e com ela embalo muitas das minhas emoções, até música tive de lhe pôr.
Confidências ou inconfidências, também surgiram algumas… porque a vida também é feita delas…
Passado um tempo, senti necessidade de abrir este espaço para poder depurar as coisas e separar as emoções… sei que tinha dito que não teria dois espaços, mas afinal tenho… pois é…
Se há momentos em que não me apetece escrever, há outros em que me apetece dizer tudo, abrir a alma e deixar jorrar o que cá vai dentro… nem sempre é possível, porque efectivamente, há coisas que me doem demais e dizê-las abertamente é expor uma ferida que nem eu gosto de ver… vou destapando pedacinhos, tapando outros, pondo um penso-rápido aqui, tirando outro dali… sarando de um lado, ferindo-me noutro… pareço uma criança, sempre a dar quedas…
Este é assumidamente o meu lado mais lunar… ou o meu Dark Side of the Moon, como costumo dizer… o sítio onde me dispo e me exponho mais, em termos emocionais… não sei se é uma necessidade, ou apenas uma vontade, sei que gosto de o fazer e enquanto isso for uma verdade, continuarei a fazê-lo.
Por causa de alguns problemas que me assolaram (ou será que me assolam ainda?) aconselharam-me a ir a um psicólogo… trabalho com alguns diariamente, e sinceramente, não vejo bem em que me podiam ajudar… eu conheço a raiz dos meus problemas, sei o que preciso fazer, mesmo que não seja o mais indicado ou o mais correcto… já decidi, e depois de eu decidir, não é fácil fazerem-me voltar atrás…
Claro que há momentos em que estou devastada, me sinto arrasada e sem forças para prosseguir, mas umas horas depois já estou de volta no meu caminho… podem ser 24, 48, 72, ou um pouco mais… mas é uma questão de horas… quando assim não for, então pedirei ajuda, por agora acho que a minha força interior me chega… será?
09 fevereiro 2008
Prendinhas e abraços...


