Olhares

26 junho 2007

Desejos...


Tenho sede dos teus lábios

Quero beber deles até me embriagar

Tenho fome dos teus beijos

Quero devorá-los de paixão

Tenho falta dos teus braços,
dos teus abraços

Quero perder-me neles,
para não me encontrar

Sonhei contigo

Sinto a tua falta

Vem…
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22 junho 2007

Deixa...




Deixa acalmar essa tormenta que te atormenta,

Deixa passar essa nuvem que te ensombra a alma,

Deixa desvanecer-se o nevoeiro que te envolve,

Deixa… deixa…

Deixa-me abraçar-te!

Deixa-me tomar-te nos meus braços

e embalar esses olhos de menino,

Deixa-me beijar-te o coração,

Deixa, paixão!
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16 junho 2007

Batatas quentes...




Pois... até aqui elas aparecem, as batatas quentes...

A Bonnie passou-me esta, que consiste em enunciar 3 livros de referência na nossa vida e outros 3 que tenhamos em mãos, ou que tenhamos lido mais recentemente... porque ela é uma querida (só por isso, percebeste?!) aqui vai:

Livros referência:

A Boa Terra de Pearl S. Buck
(mais ainda que A Velha Árvore, este foi um livro que me marcou, pela intensidade, pela profundidade e pela revelação da capacidade de sofrimento das mulheres)

Uma Mão Cheia de Nada, Outra de Coisa Nenhuma de Irene Lisboa
(obra de pequenos contos, que devorei e continuo a invocar, vezes sem conta)

Sexus de Henry Miller
(lido de um fôlego só, num fim de semana, nem dormi, agarrou-me de tal forma que foi impossível largá-lo antes de chegar ao fim... não me lembro sequer de ter comido)

Em mãos:

O Fim da Aventura de Graham Greene
(a reler... pedaços soltos, sempre que me apetece)

A Filosofia na Alcova do Marquês de Sade
(a reler... redescobri-o no passado fim de semana e estou a bebê-lo a golinhos... hehehe)

...e por agora é só!

A quem vou eu passar esta batata quente?
Desculpem lá, mas:
Likas
Fénix
Francisco del Mundo

Contem lá de vossa justiça...
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13 junho 2007

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Pedaços de mim...

(mulher by Pablo Picasso)


Estava um Domingo gélido em Lisboa, a acreditar nos noticiários tinham caído farrapos de neve pela manhã. Já passava das 4 da tarde e os cigarros a chegar ao fim impulsionavam-me para a rua. Calcei as botas mais quentes que tenho, vesti a parka mais grossa e calcei umas luvas de lã preta.
Saí. O sol espreitava tímido por entre as nuvens escuras, caminhei lentamente, sentindo o frio cortante na cara e a atravessar as luvas.
A cidade estava estranhamente calma, como que hibernada pelo frio, ocasionalmente passava um carro, apressado para chegar ao destino e sair deste gelo.
No Multibanco cruzei-me com uma freira, vestida a rigor e sem mais qualquer agasalho, que pagava uma qualquer conta, o que me causou estranheza.
Atravessei a rua, ainda com esta imagem a bailar-me na mente, entrei no café onde a animação contrastava com a quietude da rua.
Tomei um café ao balcão, enquanto os empregados atarefados tentavam pôr na rua um pobre coitado completamente alcoolizado, comprei os cigarros e voltei a sair.
De novo o frio me penetrou, cortante; a meio da rua cruzou-se comigo um casal com uma filha de 4 ou 5 anos pela mão, ouvi a voz do pai que lhe dizia: - Já te disse, um animal em casa de cada vez…, as palavras ficam a pairar-me no pensamento.
Um raio de luz branca e gelada bateu-me nos olhos, obrigando-me a baixá-los, e fazendo-me sentir gelada por dentro.
Sinto-me só!
Regressei a casa, passo a passo, acompanhada pelo frio. Senti uma lágrima nos olhos, será do vento penetrante ou desta solidão interior?
Sei Lá!



(este texto foi escrito em Janeiro passado e ficou guardado, só agora saiu do seu canto, este espaço é mais apropriado para ele)

posted by Teardrops at 12:33 4 comments

10 junho 2007

A génese


Dei comigo a pensar porque me meto nestas coisas… estas coisas de escrever sobre o que me vai na alma, entenda-se.

Quando pela 1ª vez entrei na blogosfera, fi-lo numa fase de instabilidade emocional, em que muita coisa me passava pela vida e pela cabeça, e poucas eram boas… como disse mais tarde a um amigo, cheguei a ter momentos em que me apetecia atravessar a 2ª circular, em hora de movimento, de olhos fechados…

Numa fase de desestruturação emocional, encontrei aqui alguns espaços que me fizeram olhar para dentro de mim e relativizar o momento que atravessava. Em pouco tempo senti o impulso de criar o meu cantinho e parti para a aventura.

Aquele canto é como uma gaveta, onde vou guardando alguns pedaços de mim, coloco coisas que me divertem, questões que me inquietam, onde verto algumas emoções e alguns pensamentos, mais ou menos inconsequentes.

Senti em determinado momento que estava a tornar-se demasiado introspectivo, e que eu própria me estava a sentir numa espiral um pouco depressiva. Não estava a gostar da imagem que via reflectida no ecran, não estava a gostar de me sentir assim…

Gosto de desafios, de me superar, de ir mais longe, de me reinventar a cada batalha, e olhei para aquele espaço como um auto-desafio, tinha de o mudar e de me mudar, num processo de reconstrução.

Abri as janelas, arejei o espaço, varri algumas teias de aranha e investi, de cabeça, como quase sempre tenho feito na vida.

Mas, a vida é cíclica e feita de altos e baixos. Mais uma vez me encontrei a “patinar”, e sem capacidade de auto-regeneração naquele espaço. Dividida entre continuar em esforço ou procurar fazer a catarse de outra forma, acabei por criar esta cadeira de psicanalista… pois, que isto quase parece uma cadeira de psicanalista!

Porque é nos momentos em que nos sentimos mais frágeis que mais precisamos de ter a mente clara, porque é nesses momentos que nos faz bem exteriorizar e racionalizar aquilo que nos custa e nos magoa, porque sei que fecharmo-nos, dentro da nossa concha individual, nunca foi a solução.

Num ou noutro momento, todos nós temos o nosso lado escuro da Lua (se conseguisse pôr música neste template, estaria a tocar o “Dark Side of the Moon), todos nós nos debatemos com as nossas crises emocionais ou interiores, mas o caminho faz-se de etapas e por etapas, e cada uma que se ultrapassa é mais uma vitória, ainda que tenhamos sido os últimos a chegar…

Esta será então uma etapa, quer seja longa ou breve, que quero percorrer dentro de mim.

Depois… depois se verá!
posted by Teardrops at 18:27 10 comments

07 junho 2007

Porquê como uma lágrima?



Sinto que a vida me escorre por entre os dedos, como se fosse areia bem fina;

Sinto que os meus olhos não conseguem secar as mágoas que me apertam a alma;

Sinto o peito apertado por um torniquete que não deixa passar o ar;

Sinto-me como uma lágrima que escorre pelos socalcos de um rosto marcado pela dor, sem controlo sobre o meu caminho, sem saber onde vou parar;

Só sei que me sinto a deslizar, sem ar…


Como uma lágrima!
posted by Teardrops at 23:25 3 comments

05 junho 2007

O Ciúme III



Apesar de não sentir ciúmes, a minha confiança já foi traída.

Nesse dia fatídico o meu mundo interior desmoronou-se. Aquilo que, para mim, tinha sido uma verdade inabalável, caiu por terra, deixando-me em pedaços.

Levantei-me e reinventei-me a cada dia, a cada hora, mas ainda hoje dói!

Durante um tempo afoguei-me em trabalho, depois até esse perdeu o seu poder. Foi por essa altura que entrei neste mundo da blogosfera, vinha à procura de um espaço de isolamento e de distracção e dei comigo rodeada de gente bonita por dentro.

Mas isto não tem nada a ver com a minha incapacidade de entender o ciúme! Que raio escrevo eu para aqui?

Continuo sem conseguir entender… continuo a achar que não sou capaz de fazer nada para trair a confiança de alguém, para trair…

Se cometo argoladas? Ah, pois cometo!
Se faço asneiras numa relação? Claro que sim!
Porra! Não sou perfeita!
Mas nunca tive a mínima intenção de o fazer para magoar, seja quem for, em que circunstância for!

As minhas brincadeiras e brejeirices não passam disso, sempre gostei de responder à letra, de pagar na mesma moeda, ou até de picar algumas pessoas que me dão pica… intelectualmente falando.

Passeio-me pelos blogs de forma perfeitamente errática e detenho-me nalguns que me dão prazer, sejam eles poéticos, generalistas, fotográficos, humorísticos ou eróticos. Faço-o com o prazer de quem desfolha uma revista que gosta, com a vantagem de poder interagir comentando.

Como é que isto pode alimentar um sentimento raro como o ciúme, questiono-me eu!

E assim continuo, se calhar eternamente, sem entender o que é o ciúme…


Como uma lágrima!
posted by Teardrops at 23:11 6 comments

03 junho 2007

O Ciúme II




Continuo a debater-me com esta necessidade de escalpelizar a minha inabilidade para entender o ciúme!

Na vida, como nas relações, sempre me entreguei por completo.

Não consigo, nem nunca consegui, conceber a amizade ou o amor como integrando algum sentimento de posse, e sempre achei que só poderia ser feliz ao lado de alguém que quisesse, realmente, estar comigo.

Nunca me anulei ou me moldei às relações, sempre fui honesta e a minha entrega sempre foi sincera e sentida. A máxima de que quem me quer, quer-me como eu sou e não como uma imagem inventada e falsa, sempre me regeu durante a vida.

Sou teimosa e de personalidade forte, mas também não sou inflexível. Sei bem, e sempre o assumi, que uma relação é feita de cedências parte a parte e da criação de um espaço em comum. Espaço esse que só se cria com partilha e com dádiva. Porque o amor não se possui, dá-se!

Vi, muitas vezes, amigas sofrerem com ciúmes e sempre as questionei como conseguiam estar com alguém em quem não confiavam. Nunca consegui imaginar-me a envolver-me emocionalmente com uma pessoa em quem eu não depositasse a minha confiança.

Só uma vez senti na pele o efeito do ciúme do outro, no início de uma relação, e rapidamente pus “as coisas em pratos limpos”. – No dia que te fizer uma cena de ciúmes ou que te der motivos reais para os teres, estás autorizando a ter ciúmes de mim, até lá, ou confias ou não vale a pena ir mais longe!

Rápida e suavemente o sentimento de confiança mútua foi-se instalando e a relação durou praticamente 14 anos… depois os laços quebraram-se, mas isso são outras histórias…

E pronto, já me perco, outra vez, sem conseguir analisar o que me leva a não conseguir entender este sentimento!

Será que amo menos que quem tem ciúme?
Será que sou mais fria?

Mas como? Se quando me dou, dou-me por inteiro e sem reservas?

Questiono-me interiormente se não terei medo de perder o outro.
Tenho, sim!

Mas, uma vez mais, o meu lado racional vem ao de cima.
Para quê manter junto de mim alguém que não quer estar ali, alguém que já se projecta fora daquela relação?
Antes sofrer com a perda e seguir em frente!

Então de que me serviria esse sentimento?
De que me serviria viver angustiada com cada passo, com cada olhar, com cada pensamento… ver em cada passo em falso uma intenção?
Não será essa a sensação que vivenciam as pessoas que sentem ciúme?
Viver na dúvida sobre a honestidade do que lhes é dito, imaginar que o outro não lhe abre a alma, que tem uma vida dupla, ou que gostaria de a ter?

Duvidar do amor?
Valerá a pena viver esse sentimento, esse estado de espírito.



Como uma lágrima!
posted by Teardrops at 15:45 15 comments

02 junho 2007

O Ciúme I



O ciúme é um sentimento que não entendo.
Confesso a minha incapacidade e a minha inabilidade para o entender.

Li há dias, num espaço muito giro, uma dissertação sobre o ciúme e uma vez mais reconheci este meu handicap.

Fui educada numa casa onde os ciúmes não entravam, os meus pais nunca me mostraram esse sentimento e de pequenina nunca o apreendi. Não tenho irmãos e nem a experiência da disputa e do ciúme entre irmãos eu tive.

Quando nasci para o mundo das emoções não o trazia na minha bagagem. Como sempre me ensinaram a tolerância, também nunca o desenvolvi dentro de mim.

Talvez por ter sido criada com poucos bens materiais, sempre gostei de partilhar o pouco que tinha com os meus amigos, também eles gente com pouco. Por isso nunca fui possessiva, nem nas coisas, nem nas pessoas.

Ao longo dos anos fui formando a minha personalidade e esse sentimento nunca fez parte dela.

Lembro-me de um episódio dos meus tempos de liceu (sim! Gosto de dizer liceu, nunca andei em escolas secundárias), namorava com um amigo e vizinho, já há muito que tínhamos passado por fases de atracção, o que era normalíssimo naquelas idades (teríamos para aí uns 15 ou 16 anos). Ele, filho do meio numa casa de 3 rapazes, eu, filha única e a mais próxima da idade dele dentro do nosso círculo de amigos.

Lembro-me bem da emoção e da paixão que vivíamos, como nos escapávamos às escondidas de tudo e todos, como nos perdíamos e nos estonteávamos um com o outro.

Andávamos nisto há meses… a certa altura ele começou a falar com frequência no nome de uma colega de turma, no início não me chamou a atenção, mas quando a conversa começou a passar por: “-Fui levar fulana à paragem do autocarro… -Estive a falar com fulana à saída da ginástica…” alguma coisa me começou a bater cá dentro…

E não… Não eram ciúmes! Apenas a sensação de que ele estava baralhado nas suas emoções!

Num dos nossos momentos habituais de “meles”, aproveitei para ter uma conversa mais séria (desculpa, primeiro aproveitei os “meles”), disse-lhe qualquer coisa do género:

- Acho que se calhar gostas mais de fulana do que pensas, e acho que deves ver bem isso!

Claro que o pobre negou! Mas eu estava decidida!
Disse-lhe que não estava a acabar nada, nem a pôr em causa os sentimentos dele, mas preferia que ele fosse clarificar o que sentia por ela. Perceber os sinais que o coração lhe dava; eu estaria sempre ali, no mesmo sítio e a sentir o mesmo por ele.

- Vai! Dá um tempo comigo e continua a estar com ela como tens estado até agora, depois se verá!

E ele foi, cabisbaixo. Conhecia-me a personalidade forte e sabia que não valia a pena argumentar. Cruzávamo-nos todos os dias, como sempre, apenas não dávamos as nossas fugidas para os “meles”… nunca senti qualquer dor ou raiva, apenas sabia que não queria ao meu lado alguém que não quisesse estar ali, ou que mais tarde se arrependesse das suas escolhas!

E ao longo da minha vida sempre me regi por este princípio! Quem me quer, quer-me pelo que eu sou, e não pelo que imagina que eu posso ser ou fazer!

Escusava de dizer, mas eles casaram, têm três filhos lindos e ele ainda hoje me fala com um carinho especial. Ela nunca me tolerou muito bem, nem nunca quis saber porquê, mantemos uma relação cordial, mas distante, porque nunca quis que ela me sentisse como uma possível ameaça, porque não sou!

Com este episódio, perdi-me no sentido deste texto, mas continuarei o tema noutra ocasião, porque sinto necessidade de escalpelizar esta minha inabilidade para entender o ciúme!

E aqui assinarei:

Como uma lágrima!
posted by Teardrops at 18:22 6 comments

Porque há coisas que doem demais...


Sou apenas uma lágrima.

Porque há coisas que doem demais e momentos em que apenas as lágrimas nos podem lavar a alma.






posted by Teardrops at 10:55 5 comments